As linhas elétricas

Objetivamente falando, linhas elétricas são formadas por condutores elétricos e por condutos que os suportam, apóiam ou contêm. É o caso, por exemplo, de condutores isolados 450/750 V instalados dentro de um eletroduto metálico aparente. Dessa forma, condutores, eletrodutos, abraçadeiras, curvas e demais produtos que são utilizados para compor essa instalação formam a linha elétrica.

A tabela 33 da ABNT NBR 5410:2004, cujo título é “Tipos de linhas elétricas”, apresenta várias opções de linhas elétricas reconhecidas pela norma. De modo geral, os 45 tipos de linhas indicados na norma podem ser agrupados nos seguintes tipos mais comuns de métodos de instalação:

Condutores instalados em eletrodutos embutidos em eletrodutos embutidos em alvenaria, em eletrodutos aparentes e eletrocalhas;

Condutores em canaleta embutida no piso, em canaleta sobre a parede;

Condutores diretamente enterrados, em canaleta ou eletroduto enterrado;

Condutores instalados espaçados ou diretamente sobre paredes ou tetos;

Condutores instalados em bandejas, perfilados, prateleiras, leitos (escadas), eletrocalhas aramadas, telas;

Condutores sobre isoladores.

Conforme a Tabela 33, podemos identificar os chamados condutos fechados, nos quais não há acesso direto aos condutores após a sua instalação e os condutos abertos, nos quais os condutores podem ser acessados diretamente. São os casos, por exemplo, respectivamente, dos eletrodutos e das bandejas.

Deve-se destacar ainda que, de acordo com a ABNT NBR 5410, os condutores providos unicamente de isolação (condutores isolados) somente podem ser instalados em condutos fechados, ao passo que cabos que possuem cobertura (cabos unipolares e multipolares) podem ser utilizados em condutos abertos, condutos fechados, diretamente fixados, etc.

Condições gerais de instalação das linhas elétricas

O item 6.2.9 da ABNT NBR 5410:2004 trata das condições gerais de instalação das linhas elétricas definidas em 6.2.2 e fornece os esclarecimentos e detalhes relativos a cada tipo particular de maneira de instalar tratados na norma.

Destaques para:

“Circuitos sob tensões que se enquadrem uma(s) na faixa I e outra(s) na faixa II definidas no anexo A não devem compartilhar a mesma linha elétrica...”. Assim, a menos que se apliquem as exceções à regra indicadas na norma, não é possível misturar circuitos de tensões nominais muito diferentes na mesma linha elétrica, tais como circuitos de potência (127 V, 220 V, 380 V) e circuitos de sinal (telefonia, internet, TV a cabo, dados em geral, etc.).
 
“Admite-se que os condutos fechados contenham condutores de mais de um circuito ... quando ....as seções nominais dos condutores de fase estiverem contidas dentro de um intervalo de três valores normalizados sucessivos...”. É o caso, por exemplo, de condutores 1,5; 2,5; e 4 mm2.

“Os condutores de um mesmo circuito, incluindo o condutor de proteção, devem estar nas proximidades imediatas uns dos outros”. Embora a norma não defina distâncias máximas nesse caso, o ‘espírito da norma’ é que o condutor de proteção esteja dentro do mesmo conduto em que estão os condutores vivos. Não seria adequado, por exemplo, instalar os condutores de fase e neutro numa bandeja e o condutor de proteção fora dela.

“Nos espaços de construção podem ser utilizados condutores isolados e cabos unipolares ou multipolares conforme os métodos de instalação 21, 22, 23, 24 e 25 da tabela 33, desde que os condutores ou cabos possam ser instalados ou retirados sem intervenção nos elementos de construção do prédio”.

Vale sempre lembrar que espaço de construção não é um tipo de linha elétrica, mas é um local em que linhas elétricas podem ser instaladas.